Bebê prematuro passa por procedimento inédito no Hupe

Com apenas 30 dias de vida e pesando 1,8kg, um bebê diagnosticado com persistência de canal arterial se tornou o primeiro paciente prematuro da história da Uerj e um dos primeiros do Estado a fazer um fechamento percutâneo de canal arterial. O procedimento foi realizado na última sexta-feira (03/03), na sala híbrida da Cirurgia Vascular do Hupe, que conta com um aparelho de hemodinâmica de alta tecnologia e que permite associar técnicas cirúrgicas convencionais e de última geração.

De forma menos invasiva, o procedimento utiliza um dispositivo novo específico para bebês prematuros que é inserido pela veia femoral

O menino foi transferido pela central de regulação do Estado para o Hupe para realizar especificamente o procedimento e pôde retornar à unidade de origem no dia seguinte. “A persistência de canal arterial é uma alteração muito comum em prematuros. É um canal que todos nós temos no coração quando nascemos e que, geralmente, em 48 horas fecha sozinho. No prematuro, esse fechamento não acontece. Antigamente era feita cirurgia aberta e o paciente ficava uma semana internado no CTI”, explica o cardiologista intervencionista Rafael Ferreira Agostinho, que foi responsável pelo procedimento. A chefe da Divisão de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatias Congênitas do Instituto Nacional de Cardiologia, Renata Mattos, também participou da ação.

Menos invasivo e com mais benefícios para o paciente, o procedimento só pôde ser realizado graças à aquisição pela direção do Hupe de um dispositivo específico de malha de arame autoexpansível, que foi aprovado recentemente no Brasil e que é inserido por meio de uma pequena incisão na perna e é guiado através de vasos até o coração, onde é colocado para fechar a abertura no coração. “Utilizando esses dispositivos novos específicos para canais arteriais de prematuros o tempo de internação diminui muito. O objetivo é aplicar esse processo em todos os pacientes da rede, inclusive em bebês menores, partindo de 800g”, conclui Rafael Agostinho.

O procedimento foi realizado no dia 3 de março pela equipe do Hupe com a colaboração de médicos do Instituto Nacional de Cardiologia