Julho Verde no HUPE

Pedro Ernesto zera fila de espera por atendimento no Sistema Estadual de Regulação e comemora mês de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço

 

Dificuldade para engolir, um incômodo na língua por mais de três semanas, rouquidão persistente ou uma “afta” que não desaparece. Os sintomas são simples e por isso podem passar despercebidos. Mas são eles que sinalizam para o diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço e faz o alerta principal da campanha nacional batizada como Julho Verde em prol da prevenção a doença. A iniciativa reúne várias instituições incluindo o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe/Uerj) que é referência no combate a este tipo de câncer e comemora um marco nesta luta. “Há um ano o Hupe zerou a fila de espera por atendimento a pacientes do Sistema Estadual de Regulação (SER)”, destaca o médico Leonardo Rangel, coordenador do ambulatório especializado.

 

Para Leonardo, zerar a fila para o atendimento é uma consequência do trabalho da equipe em estimular a prevenção. Motivo fundamental para o Hupe ter se integrado à campanha Julho Verde desde 2018. “Com este adiantamento da fila, nós conseguimos pegar muitos casos iniciais, o que tem sido primordial”, comemora. “Se ficarmos alertas aos primeiros sinais, a taxa de cura é enorme e o custo do tratamento – custo social, econômico e de tempo – é muito menor”, diz o coordenador referindo-se a própria estrutura que o paciente tem que ter caso necessite de tratamentos longos . Tudo que pode ser reduzido, ou até evitado.

 

CONSULTA MULTIDISCIPLINAR – O paciente com suspeita da doença é encaminhado pelo SER para o ambulatório do Hupe onde recebe atendimento multidisciplinar. Já na primeira consulta médico, fonoaudiólogo e nutricionista dividem o mesmo consultório, com apoio também de um assistente social. “Neste momento atendermos juntos é fundamental para que possamos ajudar e gerenciar os sintomas antes mesmo do início de um tratamento com radioterapia, quimioterapia ou cirúrgico (se for)”, explica a fonoaudióloga Caroline Peixoto dos Santos que integra tanto a equipe de atendimento como a de reabilitação. Ela conta que geralmente são pacientes com dificuldades de deglutir e de fala, assim como alterações vocais, que necessitam de apoio durante todo o tratamento.

 

O ambulatório de Cabeça e Pescoço atende semanalmente cerca de 70 pessoas. Em média, são 10 novos pacientes a cada segunda-feira. A maioria com 50 anos ou mais. Um perfil que, no entanto tem mostrado novas nuances. “Ainda existe uma prevalência de casos entre homens. Mas o que vem acontecendo ultimamente é um aumento considerável do número de mulheres. Acredita-se que por conta do uso de tabaco e bebida alcoólica”, observa Caroline acrescentando ainda o HPV como uma das causas registradas da doença.

 

Na dúvida sobre os sintomas ou persistência de qualquer um deles, os especialistas orientam buscar atendimento em um Posto de Saúde ou Clínica da Família. Após a avaliação o paciente com suspeita da doença será inserido no SER e a partir daí encaminhado para diagnóstico definitivo e tratamento. “O principal: Prevenção”, enfatiza Leonardo.

 

Por Coordenadoria de Comunicação Social do HUPE/COMHUPE . 2020