No dia 13 de março foi celebrado o Dia Mundial do Rim. A data é um desenvolvimento da Sociedade Internacional de Nefrologia, e o objetivo é conscientizar a população com relação à doença renal crônica. Uma ação importante no sentido de educar, trazer conhecimento às pessoas sobre a doença renal, com foco na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Estima-se que, no Brasil, cerca de 50 mil pessoas por ano com doença renal morrem precocemente antes de ter acesso à diálise ou ao transplante.
O professor de Nefrologia e coordenador da Unidade Docente Assistencial de Nefrologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe/Uerj), José Suassuna, ressalta o quão importante é a reflexão em 13 de março, e em todos os outros dias do ano. Ele lembra que o paciente pode ter uma doença renal e não saber, caso não realize exames de rotina, que são bastante simples, como a dosagem da creatinina no sangue ou exames de urina específicos. “Esses exames são baratos, simples e acessíveis, e podem mudar a vida de uma pessoa, permitindo que a gente faça a identificação de uma doença numa fase muito precoce, quando os tratamentos são sempre mais eficazes”, nos diz José Suassuna, lembrando ainda que a maioria dos remédios que hoje em dia são utilizados para tratar e prevenir a evolução das doenças renais encontra-se disponível para toda a população, sem custo algum, através do Sistema Único de Saúde (SUS). “O importante não é somente o tratamento. É importante identificar o paciente que precisa do tratamento, e esse é o nosso grande desafio”, complementa.
Ter uma vida normal é possível
Cláudio Cezar Alves, presidente da Associação de Doentes Renais Transplantados do Rio de Janeiro, já passou por três transplantes renais. Ele nos ressalta a importância da prevenção e, também, de se acreditar que apesar de todos os desafios é possível sim ter uma vida boa. “Desde 1994 sou doente renal. Já fui submetido a três transplantes renais. Sei que tem muita gente na fila aguardando um transplante, não acreditando na possibilidade. Mas acreditem no sistema! Eu sou prova viva. Creiam que a hora de realizar o transplante vai chegar”, nos diz Claudio Cezar.
O paciente segue gerando a sua mensagem de esperança. “Hemodiálise não é o fim. Você tem uma vida porque a máquina mantém você vivo, mas realmente nada melhor do que você fazer um transplante e ter uma vida normal, com regras, tomando a medicação corretamente. E aí você terá uma vida boa, através da qual poderá realizar mais ainda seus sonhos”.
Cláudia Valéria Fernandes, contabilista, descobriu uma insuficiência renal em 2019, começou a se tratar e foi transplantada há quatro anos. Ela reforça a importância da prevenção, do autocuidado, das idas aos especialistas, da realização de exames periódicos e simples, como o exame de creatinina. Mas chama atenção para um outro ponto. “A todos, digo: converse com seus parentes, com seus amigos, pois a doação de órgãos é algo extremamente importante. O doador salva vidas!”, destaca Cláudia, no importante Dia de conscientização sobre como está a saúde de nossos rins.