Semana de prevenção à gravidez na adolescência

Brasil reduz incidência de GESTAÇÃO ENTRE JOVENS DE 10 A 19 ANOS Os primeiros sete dias de fevereiro marcam a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência; instituída pelo Ministério da Saúde. Este ano, o destaque é a queda expressiva de quase 25% no número de casos de gravidez na adolescência, em comparação com os últimos anos. Desde 2019, quando foi registrada 419.252 nascimentos de filho de adolescentes, o Brasil não tinha diminuído estes índices. No levantamento do ano passado, com base nos dados de 2022, foram registrados 315.606 partos de mães adolescentes. Deste total, 14.293 são meninas de 10 a 14 anos e, 301.313 são jovens entre 15 e 19 anos. Para a professora titular de obstetrícia do Hupe-Uerj ,Denise Monteiro, estes números apontam um novo perfil de jovens. “Elas estão mais informadas, tendo acesso a mais métodos contraceptivos. É uma conquista. Porém ainda há pontos que devemos observar”, alerta a médica que também integra a diretoria da Associação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência (SOGIA-BR). Ela destaca ainda que no ano 2000, um em cada quatro bebês brasileiros era de mãe adolescente. Em 2022, um em cada oito nascimentos foi de mães na adolescência. Uma diferença de 50%. Denise ressalta porém a atenção principalmente aos casos de reincidência de gravidez entre as jovens de 15 a 19 anos que se mantém entre 26% e 27%. Muitas voltam a engravidar ainda adolescentes; fator que tende a atrasar o desenvolvimento escolar destas jovens. Outra questão ainda sensível é o número de casos de gravidez entre 10 e 14 anos que, apesar de decair ainda persiste, em especial nas regiões Norte e Nordeste do país, muitas vezes resultantes de abuso sexual. Os postos de saúde do município já estão prestando atendimento e oferecendo material educativo, além de, em casos específicos, possibilitar a colocação de métodos contraceptivos. Para Denise Monteiro, a orientação feita por profissionais qualificados para atender a este público e a oferta de serviços básicos de saúde para o adolescente é essencial. “Precisamos de profissionais de saúde capacitados, educação em sexualidade responsável e amplo fornecimento de anticoncepcionais especialmente os contraceptivos reversáveis de longa duração, disponíveis nas básicas de saúde, nos hospitais e nas maternidades”, resume.