Uma Doação Mais do que Solidária

Banco de Sangue do Hupe-Uerj comemora 30 anos do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea de portas abertas a novos doadores.

 

Jéssica: Grata pela solidariedade que a salvou

Jéssica Campos é médica. Patrícia Ramos é gerente comercial. Elas nunca haviam se encontrado e sequer imaginavam que um dia seriam capazes de ver a vida delas entrelaçadas. Até que Jéssica se viu na fila por um transplante de medula. O telefone de Patrícia tocou, e veio um pedido para salvar alguém. A resposta fez de uma receptora, da outra doadora de medula óssea, e a solidariedade uniu a vida delas por um simples Sim. Este Sim que muitos podem dar se cadastrando no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, o Redome que, nesta sexta-feira, dia 15 de setembro, comemorará 30 anos com festa em todos os Bancos de Sangue. Um deles será o BANCO DE SANGUE HERBERT DE SOUZA, do HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO (Hupe-Uerj).

Patrícia: Um gesto de amor que a fez salvar uma vida

A partir das 8h, a Unidade, em parceria com o Laboratório de HLA-Uerj, estará aberta tanto para doação de sangue quanto para efetivar o cadastro de novos doadores de medula.
Para receber os doadores, foi preparada uma manhã especial com especialistas disponíveis para explicar sobre o registro e a própria doação, além de brindes e até um bolo pelo aniversário do Redome. Às 10h, Bancos de Sangue de todo o país estão se preparando para cantar parabéns para o Registro Nacional que possibilitou o cruzamento de informações de todo o país agilizando a busca de doadores como Patrícia. Para ela, doar tem um significado ímpar. “Eu sou doadora de medula óssea e para mim foi um prazer poder fazer diferença na vida de uma pessoa com um gesto tão simples e rápido. Tem muitas pessoas esperando por este gesto de amor ao próximo”, ressalta a gerente comercial. Reforçar a importância deste gesto também fica nas palavras de Jéssica que enfrentou uma doença e venceu graças a esta parceria solidária. “Há sete anos eu tive leucemia. E há cinco eu fiz meu transplante. Meu papel hoje é pedir: Se você tem boa saúde, se você tem condições, se cadastre e seja doador de medula”, pede.

O QUE É PRECISO – Para ser doador basta ter entre 18 e 35 anos e apenas fazer um cadastro de dados. “No Hupe observamos nos últimos anos, uma redução no número de cadastro de doadores; este dia servirá de alerta e conscientização para este ato importante, servindo como convite para a realização do cadastro que é muito simples. Basta preencher o cadastro e coletar uma amostra de sangue para exames de HLA (histocompatibilidade) que serão registrados no Redome”, explica a médica chefe do Banco de Sangue do Pedro Ernesto, Flávia Bandeira.

A doação no Banco de Sangue do Hupe pode ser feita qualquer dia de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h. O endereço é Boulevard 28 de setembro 77 em Vila Isabel.

Ana Carolina Araújo: Para o doador o transplante de medula é um procedimento seguro e de rápida recuperação

COMO É O TRANSPLANTE – A medula óssea é a fonte de células hematopéticas do organismo. “Nós costumamos dizer que a medula é a fábrica do sangue. O transplante de medula nós usamos para tratar as neoplasias hematológicas mais comuns: as leucemias, os linfomas… e alguns tumores sólidos também”, explica a hematologista Ana Carolina Araújo, responsável técnica pelo transplante de medula no Hupe e chefe da Hematologia da Unidade.
A especialista explica que há o transplante autólogo, que é quando as células doadas são do próprio paciente, e o halogênio. Este último é exatamente o que mais precisa da solidariedade de todos. Halogênio é aquele que se precisa de um doador de preferência 100% compativo. “Podemos usar doadores aparentados, geralmente irmãos, que tem cerca de 25 % de chances de serem compatíveis. Quando não temos esta opção lançamos mão de doadores não aparentados cadastrados no banco nacional e internacional. Daí a importância do cadastro de cada um de vocês”, indica Ana Carolina.
A médica explica que a doação é um procedimento muito seguro. “A recuperação é rápida. A partir de uma semana o doador já está apto a retornar as suas atividades, e a recuperação medular é plena. Com o tempo, ele pode até voltar a ser doador de medula de novo” completa.