Setembro Amarelo abre série de Rodas de Conversa unindo Hupe e SGP

Na segunda-feira (26/9), o Hupe abriu as portas para mais uma Roda de Conversa promovida pela Superintendência de Gestão de Pessoas da Uerj (SGP). Foi a primeira ancorada no anfiteatro Ney Palmeiro, no campus do Hospital. O tema em debate foi Prevenção ao Suicídio, por conta da campanha Setembro Amarelo, considerado o mês de prevenção ao ato que envolve aspectos clínicos, sociais, morais e muitos mitos. O fluxo da conversa percorreu desde os aspectos históricos, até episódios na história da Uerj, especialmente no campus Maracanã. A superintendente Cláudia Mello abriu o evento que contou com duas palestrantes especializadas no tema: as professoras do Instituto de Psicologia (IP-Uerj), Ana Maria Feijoo e Maria Bernadete Medeiros Lessa.

Autoras de uma série de livros pautados em estudos sobre suicídio, as palestrantes também estão a frente do Laboratório de Fenomenologia e Estudos em Psicologia Existencial da Uerj. Além de pesquisas sobre o tema, o local orienta o atendimento e apoio a quem precisa de uma escuta por estar se deparando com a questão. O que tem sido importante também para treinamento de profissionais especializados no assunto. Neste sentido, Ana Feijoo apontou como um dos desafios da equipe do Laboratório, desconstruir tabus.

MITOS E TABUS –  “É preciso desobstruir a nossa visão para além do que diz a ciência”, destacou a especialista  colocando esta premissa como fundamental para quem pretende lidar com pacientes diante do tema suicídio. A pesquisadora enfatizou o quanto o termo já esteve (e está) envolvido em mitos e tabus. Ela resgatou o histórico desde os gregos, que consideravam a ação como “morte voluntária”, até a ligação com os aspectos cristãos da Idade Média, que levaram à criminalização do suicídio. Saber toda a história, considerá-la e desmistificá-la faz parte do processo de preparo para lidar com questões sobre suicídio. “É Preciso que os pesquisadores não tenham atravessados tabus. Se não, como conseguirá acolher o outro?”, posicionou Feijoo.  

Acolhimento é uma palavra chave, conforme expôs as pesquisadoras. Por isso elas grifaram bastante a necessidade e importância das redes físicas e humanas. O que envolve inclusive entender que não há “sinais” que garantam que “suicídio possa ser evitado.  Feijoo fez questão de lembrar uma frase simples, mas significativa para direcionar quem se propõe a ajudar ao próximo a respeito do tema “Suicídio e uma questão de ocasião, citou Machado de Assis. “Nosso trabalho é não deixar a ocasião ser propicia”, arrematou a pesquisadora.

Para obter outras informações sobre o trabalho desenvolvido pelo laboratório, as pesquisadoras orientam entrar em contato pelas redes sociais (@lafepeuerj) ou pelo email lafepe@uerj.br.

FOTO:  Roda de Conversa aberta pela superintendente Cláudia Mello, ao lado de Ana Feijo e Maria Bernardete Lessa.