Fisioterapeuta do Hupe recebe homenagem da Câmara Municipal

Mônica Rodrigues da Cruz foi indicada pelo Crefito-2 e representou a atuação dos profissionais do Hupe no enfretamento à pandemia de Covid-19

Mônica Rodrigues da Cruz, fisioterapeuta do Hupe, foi homenageada por sua atuação em gestão, ensino e pesquisa no enfrentamento à Covid-19

Era dezembro de 2019… a Organização Mundial da Saúde (OMS) é alertada sobre vários casos na China de uma grave pneumonia de origem desconhecida. Em janeiro, um novo tipo de coronavírus que não havia sido identificado antes em seres humano é apontado como a causa da enfermidade. Começava então um grande esforço para o enfrentamento do que logo depois passou a ser conhecida como a pandemia de Covid-19.  O Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) se destacou desde o início com a iniciativas como a realização de visitas virtuais, inauguração da primeira Enfermaria Pós-Covid e, mais recentemente, a abertura do ambulatório multidisciplinar para tratamento das sequelas da doença. Tudo envolvendo profissionais de diversas áreas. Uma delas é a Fisioterapia, que teve seu destaque reconhecido em uma homenagem da Câmara Municipal do Rio de Janeiroà fisioterapeuta do Hupe Mônica Rodrigues da Cruz. A profissional foi indicada pelo Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Rio de Janeiro (Crefito-2)por sua atuação em gestão, ensino e pesquisa no enfrentamento à pandemia da Covid-19 e recebeu a homenagem em uma cerimônia realizada no dia 10 de julho.

“O Pedro Ernesto foi o primeiro hospital do SUS a receber os pacientes de Covid ali por março, abril. Então,nós acabamos sendo pioneiros tanto em se deparar com a doença no nosso meio de trabalho quanto em buscar o conhecimento para que a gente conseguisse tratar com mais segurança as vítimas. Acredito que esse foco para a Fisioterapia do Hupe se deu por uma rápida resposta da direção do hospital que agregou muito à equipe multiprofissional” explica Mônica Rodrigues, que atualmente atua como tutora do programa de residência em fisioterapia do hospital. Ela relembra que naquele momento, atuava como gestora e foi convidada a participar das discussões de como enfrentar a pandemias.

Na Fisioterapia, o início da pandemia envolveu 110 profissionais e muitos desafios, como relata Mônica. “Quando o hospital começou a fazer a sua mobilização em fevereiro e março, eu estava à frente do setor de fisioterapia já que, naquele momento, a chefe do serviço, Vera Abelenda, ficou presa na Europa, que havia fechado as fronteiras. Com a previsão de chegada dos casos em março e abril no Rio, a gente fechou os ambulatórios que tinham fisioterapeutas e fiz o recrutamento dos que estavam descentralizados para que termos recursos humanos para a atuação no tratamento Covid no Hupe”, relata.

A capacitação dos profissionais e a continuidade da formação dos residentes foram elementos muito considerados por Mônica. “Metade dos profissionais não atuava em terapia intensiva. Então, nós tivemos um desafio bem grande para treiná-los e prepará-los a atuar junto às unidades de terapia intensiva ou enfermarias. Associamos treiná-los, e fazer uma interação entre os profissionais para usar o conhecimento que cada um tinha. Com os residentes foi a mesma coisa: fizemos uma disposição para que eles pudessem tanto acrescentar a aquisição de conhecimento pela Covid quanto de alguma maneira que conseguissem continuar dialogando com as especialidades deles, complementa a fisioterapeuta que permaneceu nesta tarefa de treinamento também no segundo semestre, após a volta da chefia do setor.

Mônica Rodrigues: “Nesta homenagem represento um grupo que se superou para dar uma resposta à crise”

SUPERAÇÃO DO MEDO – Outro grande desafio para os profissionais que estavam na linha de frente era lidar com o medo que essa doença até então desconhecida e de rápida disseminação trazia. “Existia um receio muito grande entre os profissionais, ninguém queria trabalhar na Covid. A dificuldade foi exatamente pelo mistério que a doença carregava e, na verdade, carrega até hoje. O que temos de diferente agora é a vacina. E a esperança que se aflorou”, destaca ela.

Mônica lembra que foi preciso paciência, solidariedade e superação.  “Foi um exercício de bastante resiliência para toda a equipe. De resiliência e compaixão, de colocar os seus medos atrás do cuidar de outro ser humano. Apesar daquele receio todo inicial, nós conseguimos cumprir a missão oferendo o melhor que podíamos para a população do Rio de Janeiro através do SUS”, ressalta.

RECONHECIMENTO – Sobre a homenagem, Mônica é enfática ao atribuir a condecoração ao esforço de toda a equipe. “Eu estive como representante, mas essa é uma honra que é de toda a equipe. Foram mais de cem pessoas aqui, cada uma dando o melhor de si para retornar os pacientes para a casa. O objetivo comum era salvar vidas. Isso inclui desde o fisioterapeuta até o secretário do serviço e a pessoa que faz a limpeza do leito; todos!”, comemora. Ela grifa ainda a importância do próprio SUS neste momento. “Nesta homenagem represento um grupo que se superou para dar uma resposta à crise pelo SUS e mantendo as missões da fisioterapia com ensino e pesquisa também. Isto porque conseguimos fazer coleta de dados, conseguimos manter a residência, mesmo com a crise. E conseguimos pegar a crise e transformá-la num momento para potencial de conhecimento, que é a nossa missão aqui como hospital universitário”, conclui.

Mônica recebeu a homenagem no últio dia 10, das mãos do vereador Dr.Carlos Eduardo, representando o presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlo Caiado, e do presidente do Crefito-2,  Wilen Heil e Silva.

Por Comhupe