Junho estimula Conscientização e transformação da cultura da doação de sangue

Junho Vermelho. Está é a campanha que aproveita o Dia Mundial do Doador de Sangue (14 de junho) tanto para agradecer aos doadores voluntários quanto para reforçar que os estoques de sangue precisam ser mantidos durante todo o tempo.

Doar; Verbo bitransitivo que indica transferir de modo legal e gratuito (bens ou vantagens) a (outrem). A definição do dicionário Michaellis para a palavra Doar resume um ato simples que este mês ganha proporções ilimitadas no que se refere à vida. Assim é a doação de sangue. Para quem precisa receber aporte de bolsas de sangue para curar-se de uma doença ou durante uma cirurgia, este pequeno verbo faz toda a diferença. Para quem doa, fica a sensação de dar vida a alguém. Destacar esta sensação única é o objetivo da campanha Junho Vermelho, mês de destaque à doação de sangue.

No Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), o Banco de Sangue Herbert de Souza inicia o período agradecendo aos doadores voluntários e reforçando o apelo por novos doadores inclusive dentro dos próprios setores e das Unidades Docente-Assistenciais (UDAs). A cada semana, a equipe do banco está visitando uma equipe clínica para alinhar a parceria dos funcionários estimulando-os a se tornarem doadores de vida.

A equipe da Coordenadoria de Comunicação Social do Hupe (Comhupe) conversou com Flavia Miranda Bandeira, médica e professora na disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Uerj),e responsável técnica pelo Núcleo de Hemoterapia do Hupe. Ela nos falou sobre o valor da campanha Junho Vermelho que destaca sobretudo valores como cidadania e compaixão, que têm o poder sim de salvar vidas.

A professora Flavia Bandeira: É vital a população compreender a importância da doação de sangue de forma regular e espontânea

COMHUPE – A senhora pode destacar a representatividade do banco de sangue dentro do Complexo de Saúde da Uerj?

Flavia Bandeira – O banco realiza, em média, 350 atendimentos transfusionais por mês, seja em pessoas internadas ou em nível ambulatorial. Em 2020, foram registradas aproximadamente 4.500 doações, ou seja, média de 17 doadores/dia, aquém da média histórica de 20 doadores/dia e foi um anodesafiador por conta da pandemia da Covid-19. O serviço de Hemoterapia, chefiado pela Dra. Jennifer Ribeiro, necessita de 30 doadores aptos/dia para que possa atender, com eficiência e efetividade, a demanda transfusional de um hospital de média/alta complexidade como o Hupe e, também, aos pacientes da Policlínica.

ESTADO DE ATENÇÃO

COMHUPE– Ainda estamos em momento de pandemia. Quais os impactos e ressonâncias deste momento crítico no fluxo de doações?

Flavia Bandeira Hemoterapia para proteção de doadores e colaboradores, as pessoas evitam sair de casa para doar. Em alguns momentos de 2020 ocorreu queda de 30 a 40% nas doações, o que exigiu esforço grande da equipe de captação para mobilizar nossos doadores e atendermos a demanda transfusional do complexo de saúde da Uerj. O mesmo vem acontecendo ainda em 2021. Simultaneamente, a demanda de transfusão por pacientes críticos, incluindo os das unidades Covid-19 e também os pacientes cirúrgicos e clínicos, traz uma maior pressão para o banco de sangue que precisa de um recurso não substituível. O que depende da boa vontade e voluntarismo dos doadores e doadoras. Em 2020, tivemos média de 20 doadores aptos/dia, quando nossa meta é de, no mínimo, 30 doadores aptos/dia.

ENVOLVIMENTO E COMPAIXÃO

COMHUPE – Muitas vezes falamos em transformar a cultura em torno da doação de sangue. Quais os caminhos para isso acontecer e fazer com que a população compreenda a importância da doação de sangue, de forma regular?

Flavia Bandeira – Educação em cidadania. É preciso dar informação sobre a necessidade de sermos doadores de sangue aos alunos desde a educação básica; Fazer com que tenham exemplos de pais e responsáveis sendo doadores de sangue. Necessário também uma divulgação na mídia formal e informal sobre a importância da doação de sangue e da não existência de um substituto para o sangue. E também o envolvimento da comunidade. Além de unidades de coletas móveis e itinerantes. Mas, principalmente é preciso, compaixão com o próximo.

COMHUPE – Reforçando os requisitos para doar sangue.

Flavia Bandeira – Estar em boas condições de saúde; pesar no mínimo 50Kg; ter entre 16 e 69 anos. Sendo que menores precisam de autorização do(a) responsável e maiores de 60 anos precisam ter feito ao menos uma doação de sangue antes dos 60. Também é preciso trazer documento oficial com foto. O nosso horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 15h. Caso prefiram agendar, pode fazê-lo pelo telefone (21)2868-8134.

Por Comhupe