Calor aumenta casos de dermatite atópica em crianças

Suzana tem 6 anos e está de férias e adora brincar na praça, correr, pular… uma felicidade imensa que, no entanto, foi interrompida quando começou a ter uma coceira constante e imensamente incômoda pelo corpo. Tanto que a mãe Eloiza procurou atendimento médico e a menina foi encaminhada para o ambulatório de Dermopediatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj). Suzana faz parte da demanda média do ambulatório que entre novembro de dezembro chegou a 90 pacientes por dia de consulta. Praticamente o dobro do atendimento regular durante o ano. A dermatologista Luna Azulay, chefia o ambulatório e Serviço de Dermatologia do Hupe e explica que estes sintomas caracterizam a Dermatite Atópica na infãncia. “É uma dermatose que se manifesta por muita coceira principalmente nas dobras do braço, da perna, pescoço…”, diz a médica lembrando que há fatores causadores associadas à poluição, estresse, e calor. O que inclusive justifica muito o aumento de casos neste período do ano.

Luna Azulay, chefe do Serviço de Dermatologia do Hupe, lembra que poluição, estresse, e calor podem ser fatores causadores da doença

Luna Azulay destacou que a doença tende a ser um transtorno para as crianças principalmente durante os picos de crise. “Imagine, no calor a criança brinca e sua… então começa a se coçar e esta coceira atrapalha tudo,  o sono, os estudos…”, exemplifica.  A médica diz ainda que além do ambiente existe o lado genético que deve ser avaliado na hora do diagnóstico. “Se na família há uma pessoa com asma ou rinite… isso é um dado importante”, cita a especialista ressaltando a associação de algumas alergias respiratórias com a dermatite atópica. “Outro importante fator ligado à genética é que existem algumas alterações no sebo, no manto gorduroso da pele. Por exemplo, normalmente quem tem pele extremamente ressecada. Esta pele coça. Pode acontecer de ir melhorando ao longo do tempo Mas também pode ocorrer que a doença fique crônica e se mantenha até a idade adulta o que certamente compromete muito a qualidade de vida do paciente”, complementa.

Luna Azulay considera que com a devida orientação médica, é possível o controle da dermatite. “Cada vez há mais medicamentos disponíveis na farmácia do Sistema único de Saúde (SUS)”, afirma. Porém ela alerta para o perigo da automedicação e chama atenção para a importância do diagnóstico e do tratamento médico adequado e um fator indispensável: consultar um dermatologista especialista. “Se tiver estes tipos de sintomas na pele, ou alergia respiratória, procure um serviço credenciado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O Pedro Ernesto é um dos hospitais que atende esta especialidade em dois ambulatórios, um de pediatria e e outro direcionado ao atendimento de pacientes adultos, com a médica Aline Bressam”, orienta Azulay.