Hipertensão Arterial afeta um terço da população brasileira

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, comemorado em 26 de abril, é uma data para gerar informações e conscientização sobre a necessidade de prevenir esta doença que já atinge 35% da população brasileira. A Hipertensão é responsável por desencadear até 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no país. A equipe da Coordenadoria de Comunicação Social do Hupe (Comhupe) conversou em entrevista com a Professora Doutora Andrea Araujo Brandão, Cardiologista e Professora Titular de Cardiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Uerj) sobre orientações e cuidados na prevenção e tratamento da hipertensão arterial. Além disso, a especialista divulgou que o Hupe começa esta semana a cadastrar pacientes com diagnóstico de hipertensão para um estudo nacional coordenado pelo Ministério da Saúde. O objetivo é acompanhar clinicamente o controle da doença em pessoas com diabetes e também as que tiveram AVC (Acidente Vascular Cerebral). 

COMHUPE – Qual é a principal conduta para prevenir e tratar a hipertensão arterial?

ANDREA – O primeiro aspecto é não ter excesso de peso, manter um bom peso para sua altura é muito importante. A dieta precisa ser uma composição saudável, pobre em gorduras, pobre em açúcares e rica em fibras. Junto a isso, reduzir a ingestão de sal. É fundamental que comamos apenas 5g de sal de cozinha por dia.

COMHUPE – O exercício físico também é indicado?

ANDREA – Sim, deve ser regular, de maneira que façamos de quatro a cinco dias por semana uma atividade, pelo menos moderada. Outro fator é não ingerir bebida alcoólica em excesso (por exemplo, diariamente). O uso moderado de bebida alcoólica é até tolerado, mas o excesso aumenta a pressão arterial.

COMHUPE – Alguma outra orientação?

ANDREA – Não fumar. Assim como é necessário tentar-se evitar as situações de estresse, ou ter alternativas para lidar com ele, utilizando medidas ou atividades que possam relaxar a pessoa que busca prevenir hipertensão.

COMHUPE – A senhora tem um projeto especialmente voltado para os pacientes hipertensos?

ANDREA –   Sim. É o Projeto OPTIMAL (OPTIMAL DIABETES e OPTIMAL STROKE), do qual sou coordenadora no Hupe. É um protocolo de pesquisa clínica, patrocinado pelo Ministério da Saúde, tendo o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, como unidade que organiza e monitora todos os dados inerentes aos mais de 40 centros especializados espalhados por todas as regiões do Brasil e que compõem este projeto. É um estudo grandioso, que visa incluir, cerca de nove mil pacientes diabéticos e seis mil que tiveram AVC (Acidente Vascular Cerebral).

COMHUPE – Serão quantos pacientes aqui do Hupe?

ANDRÉA – O Hupe já conta com mais de 200 pacientes incluídos nesse estudo, e busca potencializá-lo, captando e incluindo mais pacientes nos atendimentos. O objetivo é buscar pacientes hipertensos com diabetes, acima de 50 anos, e pacientes hipertensos que tiveram AVC ou mesmo ataque isquêmico transitório, com mais de 18 anos.

COMHUPE – A senhora pode explicar um pouco mais sobre este trabalho?

ANDREA – A diretriz do estudo é acompanhar esses pacientes por quatro a cinco anos, randomizando-os para uma redução da pressão arterial padrão, que é a recomendada hoje, ou uma redução mais intensa da pressão arterial. Por meio desta dinâmica, o paciente tem as consultas na Cardiologia do Hupe, realizando exames complementares habituais, tais como eletrocardiograma, exames laboratoriais, e, quando necessários, também o ECO (ecocardiograma) e o MAPA(Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial).

COMHUPE – Então ele passará a ter acompanhamento somente no projeto?

ANDRÉA – O paciente é acompanhado tanto no Setor de Cardiologia do Hupe, quanto na clínica de origem dele. Portanto, o paciente não perde o seu médico de origem. Se ele tem um neurologista, no caso de um AVC, ou um endocrinologista, no caso do diabetes, ele continua sendo assistido nestas duas frentes: o Hupe e a clínica de origem.

COMHUPE – Qual é o objetivo central do projeto?

ANDREA – Nossa pergunta de pesquisa é: ‘Se eu reduzir mais a pressão arterial, eu protejo mais esse indivíduo de desfechos cardiovasculares e de mortalidade? Esse é nosso mote, bem simples, que direciona nossa pesquisa. Nossas equipes vão acompanhando a pressão arterial desse paciente e observando como ele evolui ao longo do período de estudo. O objetivo é aumentar proteção e qualidade de vida nos pacientes assistidos.

COMHUPE – Como ingressar no projeto?

ANDREA – Àqueles interessados em ingressar no estudo, e que tenham os critérios de inclusão, há uma linha de celular dedicada exclusivamente para esse estudo, através da qual as equipes irão responder ao contato, por telefonema ou WhatsApp. Os candidatos serão convidados a comparecerem ao hospital para uma avaliação dos profissionais envolvidos no estudo. Os pacientes inseridos no projeto para acompanhamento, terão toda a dinâmica e exames gratuitos. O ritmo e fluxo de absorção de novos pacientes serão regidos de forma que os profissionais envolvidos no projeto consigam administrar bem as demandas. A divulgação deste projeto é avalizada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hupe.

CONTATO PARA CADASTRO NO PROJETO

O centro coordenador dos estudos OPTIMAL no Hupe solicita que o contato seja feito por WhatsApp: (21) 96897-7132.

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