O que você pensa quando alguém fala em Hospital Universitário? Para quem ainda crê no modelo de um espaço voltado especificamente para treinamento de novos profissionais e pesquisa, a dica é: atualizar-se! Pois nos últimos anos o conceito de HU vem se solidificando em diferentes vertentes da Saúde e áreas afins. Ptrova disso são os novos complexos de saúde, como o da Uerj. E foi neste caminho que seguiu o debate “Hospitais Universitários e novos modelos assistenciais” que reuniu o Diretor geral do Hupe, Rui de Teófilo, o Diretor do HU Reitor Hésio Cordeiro (Cabo Frio), Francisco Barbosa e o Diretor da Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC), Flávio Sá, na tarde desta quinta-feira, dia 7. Os três movimentaram a plenária no palco Health, do Festival da Inovação em Saúde, o FSWeek2024, no Centro de Convenções Expo Mag, na região central da cidade.
O debate foi mediado pelo diretor do Hupe que instigou a questão dos modelos assistenciais pontuando, entre outras coisas, a atuação do próprio Hospital que hoje, por exemplo, é o único do estado a ter Teleconsulta pelo SUS (HupeDigital). Além disso, o Pedro Ernesto também vem inovando na assistência com programas humanizados como o Serviço de Atenção à Obesidade que já realizou mais de 500 cirurgias bariátricas e atendeu a centenas de pacientes de forma multidisciplinar. Outros exemplos bem sucedidos foram mostrados na própria FSWeek2024 no estande do Hupe (veja matéria). “Como HU estamos sempre observando os recursos, mas inovando na assistência à população, e consequentemente na qualificação dos nossos profissionais e no rol científico. Filas acumuladas de endometriose, obesidade, catarata vem sendo resolvidas graças a processos que buscam inovar no modelo assitencial”, destacou o diretor do Hupe.
Mesma linha de pensamento seguiu Francisco Barbosa, que está a frente do mais novo HU da Uerj, ancorado em Cabo Frio, na Região dos Lagos. “ O HU é uma organização complexa com cinco pontos: Assistência, Ensino, Extensão, Gestão e Pesquisa. Nenhum é mais importante do que outro. A pesquisa, por exemplo, é tão importante quanto qualquer um dos outros pois, pois ela é um instrumento de aperfeiçoamento de todos, e até da própria pesquisa” enfatizou.
O Complexo de Saúde da Uerj atualmente tem dois HUs e uma Policlínica Universitária. A frente da PPC, o oncologista Flávio Sá Ribeiro observou a questão de dinamizar a assistência com suporte ao caráter de alta complexidade dos Hospitais universitários. “De 70 a 80% dos custos de uma unidade de saúde é com hospedaria, com custo de alimentação, suporte… Por isso, a deshospitalização é necessária para possibilitar que o HU possa se dedicar a fazer transplante, robótica e outros procedimentos de alta complexidade. Este é o papel da policlínica. A inovação que o país precisa é “deshospitalizar” e mostrar que é possível fazer intervenções sem a hospitalização deixando os grandes centros para a alta complexidade para melhor atender à população”, defendeu.
O diretor geral do Hupe abriu ainda o debate à participação da platéia da onde surgiram questões como assistência frente à recursos limitados e um ponto que vem gerando bastante polêmica que são os modelos gerenciais na área da saúde pública. Sobre o tema, Francisco Barbosa ponderou que merece destaque em uma mesa só para esta discussão já que é extensa. Já Flávio Sá pontuou a importância de “uma administração deve partir dos valores institucionais de uma unidade. Se vc não implanta isso, Se vc não trabalha a instituição para capacitação, então não funcionará”