O cardiologista Paulo Roberto Benchimol, coordenador de Medicina Clínica do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj), apresentou no último dia 26, um dos mais importantes trabalho, relacionado à Covid-19 realiza no próprio Hupe. A exposição foi durante o Congresso Europeu de Cardiologia 2023, realizado de 25 a 29 de agosto, em Amsterdã, capital da Holanda. Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo de pacientes internados no Hupe com Covid-19, no período de 1º de março de 2020 a 31 de julho de 2022. A primeira internação de cada paciente foi avaliada e, destes, somente aqueles que tinham a troponina I dosada durante aquela internação. Os pacientes que foram internados com Covid-19 e tiveram, também, infarto do miocárdio ou doença coronária aguda foram retirados do grupo de análise.

“O grupo de análise consistiu em 628 pacientes. Foi avaliada a concentração de troponina I, que é uma substância que, quando elevada, indica a presença de lesão no músculo do coração. No estudo, foi avaliada a trajetória dos pacientes desde a internação até a alta em diferentes ondas da Covid-19”, explica o profissional.

São dois os principais achados do estudo, conforme segue explicando o cardiologista Paulo Benchimol: 1º) Nas seis ondas subsequentes de Covid-19 de 1º de março de 2020 a 32 de julho de 2022, a proporção de pacientes com os níveis de troponina I acima do limites normais mostrou uma tendência de aumento. Isto é, proporcionalmente a todos pacientes internados em cada onda de Covid-19, mais pacientes tiveram elevação da troponina I no sangue nas ondas subsequentes. 2º) a presença de troponina I em níveis acima do normal dobrou o risco dos pacientes não sobreviverem durante a internação, quando comparados aos pacientes com níveis da troponina I dentro dos limites normais.