Núcleo Perinatal comemora o mês do aleitamento com ações de informação às gestantes e campanha de doação de leite


A amamentação ganhou protagonismo este mês que é batizado como Agosto Dourado. Isto porque o leite materno é considerado um alimento de qualidade ouro para bebês e crianças. O objetivo neste período é conscientizar as famílias sobre os benefícios da amamentação. Por isso, a cada ano, a data inspira um tema específico definido pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba). Em 2020, o destaque é “O impacto da alimentação no planeta e a necessidade urgente de apoiar a mulher que amamenta”. Neste sentido, o Núcleo Perinatal do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj) tem promovido ações como campanha de doação de leite e encontros virtuais de orientação às gestantes e parturientes. Um bom exemplo é a Roda de Conversa que realizará mais uma edição na sexta-feira, dia 28, com participação aberta às gestantes em acompanhamento no Hupe ou em qualquer outra unidade de saúde pública ou particular.

Com a quarentena, a equipe do Núcleo teve que se reinventar e adaptou os cursos para gestantes e rodas de conversa para o meio virtual. A coordenadora do Banco de Leite do Perinatal, Abilene Gouveia explica que a adesão tem surpreendido. Em média, já foram mais de 50 participantes em cada curso. “São momentos que nós dedicamos a acolher as dúvidas e ensinar várias posições para manter o bebê durante a amamentação, como fazer para esvaziar a mama e outras dicas para que tenha sucesso no aleitamento”, conta. Outro ponto importante é informar às futuras mães sobre direitos que muitas vezes elas sequer imaginam que tenham, como dispensa para consultas e exames e afastamento para estudantes grávidas. “Um bom exemplo é que toda gestante tem direito a fazer um plano de parto, que é um documento onde ela registra como deseja ser assistida durante o parto e no pós-parto; a posição em que gostaria de parir; quem irá acompanhá-la…”, exemplifica Abilene.

QUEBRA DE MITOS – Informar às gestantes também possibilita a quebra de muitos mitos que circulam em torno do aleitamento materno. Um deles é sobre alimentos capazes de estimular a produção de leite. “Não existe um alimento que aumente a produção de leite. O segredo é oferecer o seio. Quanto mais oferece, mais ele produz ”, ensina a nutricionista do Núcleo Perinatal, Nina Pombo. Ela orienta que a  mulher não fique muito tempo sem comer e que a alimentação seja variada, rica em nutrientes e boas fontes de proteína. “Mas sem paranóia porque a alimentação não pode ser fonte de ansiedade”, alerta.

Trabalhar todos estes temas segue exatamente o caminho proposto pela campanha mundial do Agosto Dourado no que foca na necessidade urgente de apoiar a mulher que amamenta. De acordo com a fonoaudióloga da Unidade Neonatal do Núcleo, Daiana Evangelista um dos maiores desafios dos profissionais é exatamente orientar decisões saudáveis para as gestantes. “O tema deste ano é apoiar o aleitamento materno para o planeta mais sustentável. Investir no aleitamento é menos lixo que produzimos de mamadeira, latas, utensílios. Assim aumentamos a saúde das famílias e a saúde do nosso planeta”, resume. A fonoaudióloga também ressaltou o esforço das mães para manter a amamentação dos bebês internados na unidade mesmo durante a pandemia: “Vimos mães ordenhando em casa, tentando manter a produção e se desdobrando para ir até seus filhos na UTI Neonatal”, relata.

Posições para melhor acomodar o bebê na hora da amamentação e técnicas para auxiliar na ordenha estão na pauta dos cursos virtuais oferecidos pelo Núcleo Perinatal.

DOAÇÃO DE LEITE HUMANO – Porém, há muitas crianças internadas na unidade que também dependem da solidariedade de outras mães. São bebês que precisam da doação de leite humano. Com a pandemia, para amenizar a queda nas doações e manter o estoque do Banco de Leite, que atende aos recém-nascidos internados na Unidade Neonatal, a equipe do Núcleo investiu nas coletas em domicílio. O produto doado passa por um tratamento especial sendo pasteurizado e armazenado até o consumo. Para doar, é preciso que a mulher esteja saudável, não faça uso de medicamento que interfira na amamentação e apresente os últimos exames do pré-natal. Outra forma de ajudar é doando frascos de vidro (como os usados para maionese e café solúvel) para transporte do alimento. Para a doação dos utensílios, basta entregá-los na portaria do Núcleo Perinatal Hupe-Uerj.

Barbara Gadelha, doadora do Banco de Leite e mãe de duas meninas, já soma três anos de doação e cerca de mais de 60 litros doados. “Começou com minha primeira filha. E com a segunda, costumo brincar que os frascos chegaram antes da gente na maternidade. Quando ela internou na UTI neonatal eu tinha que tirar o leite para não empedrar e vivi a realidade da uma mãe de UTI neonatal, que não é nada fácil e mostra o quanto é  importante o trabalho dos bancos de leite”, ressalta.

O Núcleo Perinatal fica na rua Professor Manuel de Abreu, 500 – Vila Isabel. Para as doações de leite é necessário agendamento pelos telefones: 21-2868-8208/ 2868-8604, ou acesse @nucleoperinatal. Para a Roda de Conversa, o link será disponibilizado no dia no Instagran do Núcleo Perinatal.

 

Por coordenadoria de Comunicação social do Hupe/Comhupe - 2020