Março Azul: um alerta sobre o câncer colorretal

Para conscientizar a população sobre o câncer colorretal, durante todo o mês de março, acontece a campanha “Março Azul”. O objetivo é chamar a atenção das pessoas para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença, que também é conhecida como câncer de intestino ou câncer de cólon e reto. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para 2023 é que haja quase 46 mil novos casos da doença.

A equipe do Serviço de Coloproctologia do Hupe realiza consultas ambulatoriais, exames e tratamento das patologias cirúrgicas que afetam o cólon, reto e ânus

“Quando a gente fala em câncer colorretal estamos nos referindo a todo o intestino grosso, o reto, que é o finalzinho, canal anal e ânus. Infelizmente, a doença está ficando cada vez mais comum. Temos observado uma incidência crescente, sendo o segundo ou terceiro câncer mais comum, dependendo da referência bibliográfica e do país. E é também um dos que mais mata”, explica o proctologista Paulo Cesar de Castro Junior, que também é chefe da Unidade Docente Assistencial de Coloproctologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).

SINTOMAS – Geralmente o câncer colorretal causa sintomas em estágios mais avançados. Alguns sinais de alerta para que a pessoa busque ajuda médica são: sangramento nas fezes, perda de peso sem motivo aparente e alterações no hábito intestinal. Como por exemplo, uma pessoa que costuma evacuar uma vez ao dia e que passa a ter diarreias recorrentes. Ou, ainda, quando se tem alternância entre períodos de intestino preso e períodos com diarreia. O ideal é que a doença seja detectada ainda no início e quando há mais chances de cura.

Os principais exames para rastreio e diagnóstico precoce são a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, que deve ser feita a partir dos 45 anos.

“Quando se fala em câncer colorretal, o que precisamos tratar é o pólipo e não o tumor. Se eu trato o pólipo, com uma pequena biópsia onde eu o retiro, acaba o problema. Se eu tenho o tumor, aí já vem a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia”, alerta o médico Paulo Cesar de Castro Junior. Ele enfatiza que a maioria dos tumores vem de uma evolução de um pólipo benigno que cresce e se transforma num tumor. “Esse pólipo desde o seu surgimento até a transformação em um câncer leva cerca de dez anos. Só que na fase inicial, ele é totalmente assintomático. No início, ele só seria percebido por um exame, que é a colonoscopia. É importante dizer que nem todo pólipo vira câncer, mas quase todo câncer de intestino grosso já foi pólipo um dia”, destaca.

Pessoas que tem parentes com histórico da doença devem redobrar a atenção  e iniciar os exames de rastreio o mais cedo possível. “A regra nesse caso é fazer o exame com idade de 10 anos a menos de quando o parente  próximo mais jovem teve a doença. Se o meu parente mais jovem teve câncer colorretal com 50 anos de idade, eu devo começar a fazer a colonoscopia com 40 anos. Se ele tinha 30 anos, a pessoa deve fazer o exame a partir dos 20 anos”, explica o proctologista. Outros fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de intestino são um estilo de vida não saudável e hábitos alimentares ruins, como a ingestão de muito carboidrato, carne vermelha e produtos industrializados, como salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, entre outros, e baixo consumo de frutas e fibras.

O proctologista Paulo Cesar de Castro Junior (à esq.) observa a realização de uma ressecção anterior de reto por cirurgia robótica realizada no dia 20 de março