Nestas quarta e quinta-feira, dias 28 e 29, um grupo de especialistas direciona suas atenções para avaliar os impactos da pandemia no diagnóstico e tratamento de um dos tipos mais silenciosos e incidentes de câncer: o de pulmão. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ele responde por 13% dos novos casos da enfermidade.  Reunir diversos profissionais de saúde das áreas de oncologia, cirurgia torácica e pneumologia em torno do tema é a proposta do II Simpósio de Diagnóstico, Tratamento e Acesso em Câncer de Pulmão do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro  (Hupe-Uerj). O tema central é  “A implementação de uma linha de cuidados”e a programação tem um formato adaptado a este tempo de pandemia com as palestras e apresentações on line. Na lista de convidados estão especialistas do Hupe, da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj (FCM), da Policlínica Piquet Carneiro (PPC Uerj) e outras unidades acadêmicas, além de profissionais de instituições nacionais e internacionais . Na coordenação do evento está o Grupo de Oncologia Torácica da Uerj (GOT) criado há um ano durante a primeira edição do simpósio.

POR NOVAS SOLUÇÕES – Um dos convidados que abre os debates do primeiro dia é o oncologista e ex- Ministro da Saúde, Nelson Teich.  “O câncer de pulmão é exemplo de uma doença cada vez mais sofisticada em relação ao tratamento e aos subtipos. Discussões como esta, que mostram os gargalos, as dificuldades, servem para unir esforços a fim de entendermos  e focarmos nas soluções”, define. Para ele, esta troca de informações tem como uma das principais características a descoberta de soluções que democratizem a própria saúde. “Se não fizermos essas discussões, o sistema de saúde vai ser cada vez mais desigual, com menos acesso às pessoas. E temos que trabalhar para que o novo chegue e todo mundo”, expõe Teich.

Esta união é principal foco na opinião da coordenadora do evento e membro do GOT, a oncologista Tatiane Montella. Ela enfatiza que, além de colocar o debate em sintonia com o panorama atual da saúde, o momento é de fortalecer ainda mais a aproximação entre os especialistas.  No Hupe a união entre as equipes  começou a ser estimulada em 2019 quando foi lançada a proposta do simpósio.  “O evento deste ano solidifica a iniciativa e o nosso  Grupo de Oncologia Torácica da Uerj criado ano passado. De lá para cá, várias disciplinas estreitaram os laços para fomentar linhas de cuidados  e empregar o aprendizado na assistência, no ensino e na pesquisa”, resume Montella.

Na mesma via segue o professor da FCM, cirurgião torácico e coordenador de Medicina Cirúrgica do Hupe, Eduardo Saito. Para ele, o II Simpósio reflete exatamente o sucesso da edição anterior. “Pela primeira vez reuniram-se vários grupos que sentaram para dialogar em torno do tema. O que é fundamental ”, enfatiza Saito ressaltando que esta união abrangeu tanto os especialistas quanto a própria Faculdade de Ciências Médicas.

Tatiane Montella observa ainda que até mesmo o fato do simpósio ganhar este formato virtual não limita; pelo contrário, amplia e colabora para a participação mais ampla dos profissionais. “Esta capilaridade maior permite que pessoas e instituições de todo o Brasil  e de outros países participem”, destaca. E de fato esta participação pode ser percebida já na programação que pode ser conferida, assim como a lista de palestrantes, no site www.simposiocancerdepulmaohupe.com.br

A cerimônia de abertura será nesta quarta às 17h30 e contará com a participação do Reitor da Uerj, Ricardo Lodi; do Diretor geral do Hupe, Ronaldo Damião; do Diretor da FCM Uerj, Mário Frisch; da Diretora científica da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e professora da Uerj ,Eliete Bouskela; e do diretor da Policlínica Piquet Carneiro,Rogério Rufino. A participação no evento é gratuita.

Por Coordenadoria de Comunicação Social do Hupe/Comhupe - 2020